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Cirurgia do Pâncreas

Indicações

A cirurgia do pâncreas, é indicada em uma variedade de situações. Isso inclui o tratamento de tumores sólidos do pâncreas, cistos pancreáticos que apresentam alto risco de malignidade ou que causam sintomas compressivos, da pancreatite crônica em casos selecionados e também de lesões traumáticas no pâncreas. A cirurgia do pâncreas é sempre considerada uma cirurgia de grande porte. 

Tipo de Anestesia

Durante a cirurgia de pâncreas, o paciente será submetido à anestesia geral, o que significa que estará profundamente dormindo e não sentirá dor durante o procedimento. Além disso, muitas vezes, será utilizado um cateter peridural para auxiliar no controle da dor no pós operatório. A equipe médica monitorará de perto os sinais vitais para garantir seu conforto e segurança ao longo de toda a operação.

Preparo Pré-Operatório

Antes da cirurgia, serão realizados exames pré-operatórios para avaliar sua condição de saúde e determinar a melhor abordagem cirúrgica que leva em consideração principalmente a localização da lesão no pâncreas e a presença ou não de invasão dos vasos sanguíneos que estão nas proximidades do órgão. Esses exames podem incluir testes de sangue, exames de imagem e avaliação da função pancreática. Avaliação nutricional também é realizada e podem ser indicados suplementos nutricionais perioperatórios. 

No dia da cirurgia, é necessário o jejum de 8h para sólidos e 2h para água. Um protocolo de jejum abreviado pode ser indicado. 

É fundamental informar à equipe médica sobre todas as medicações que você está tomando, pois algumas delas podem precisar ser ajustadas ou temporariamente interrompidas antes da cirurgia. Além disso, você receberá instruções específicas sobre como se preparar adequadamente para a operação.

Transoperatório

Variável de acordo com a localização, a extensão e o tipo da lesão pancreática conforme detalhado abaixo. Em alguns casos pode ser necessário a ressecção e reconstrução de veias ou artérias junto ao tumor para atingir o objetivo de ressecar todo o tecido com câncer. Estes procedimentos aumentam os riscos e complexidade da cirurgia e são sempre avaliados e manejados de forma multidisciplinar para identificar quais pacientes apresentam potencial de se beneficiar destes procedimentos. 

Recuperação pós-operatória

O paciente será encaminhado para sala de recuperação anestésica ou para o centro de terapia intensiva (CTI) de acordo com as características clínicas do paciente e da complexidade do procedimento realizado. 

O manejo pós operatório é multidisciplinar e realizado pela equipe médica clínica, intensivista e cirúrgica além da equipe de fisioterapia e nutrição. A fisioterapia respiratória e motora é realizada desde o pós operatório precoce e tem papel fundamental na reabilitação pós operatória. O acompanhamento nutricional também é importante, a via oral é estimulada desde o primeiro pós operatório em conjunto com suplementos imunomoduladores mas em alguns casos pode ser necessário a utilização de sonda nasoenteral principalmente em função do atraso do esvaziamento gástrico que pode acontecer com alguns pacientes nos primeiros dias de pós operatório. 

A principal complicação da cirurgia pancreática, a fístula pancreática, é um "vazamento" da secreção que o pâncreas produz para dentro da cavidade abdominal. Ela ocorre em cerca de 10 a 15% dos casos e pode acontecer em qualquer uma das cirurgias realizadas no pâncreas. Geralmente é manejada com drenos colocados na cirurgia ou adicionados posteriormente através de endoscopia digestiva ou radiologia intervencionista. Antibioticoterapia também pode ser necessário em casos onde o conteúdo da fístula fica contaminado. 

Após a cirurgia pancreática utilizamos enzimas pancreáticas para auxiliar na digestão e absorção dos nutrientes. A duração deste tratamento é individualizada podendo ser por apenas alguns meses ou ter indicação de uso contínuo. O início de diabetes após a cirurgia pancreática também é possível e acontece em torno de 15% dos pacientes. 

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